Clarissa Figueiró
Logo que chegamos à Vila Brás já percebi que vinha pela frente um grande desafio. Conseguir uma boa pauta em meio aquele lugar tão grande, e desconhecido até então para mim.
Um dia antes já estava imaginando algumas sugestões de pauta. Quem sabe uma pessoa famosa que tenha m orado lá? Um ator, músico, ou até mesmo um jogador de futebol. Então eu ficava me perguntando: Mas o que a comunidade vai querer ler? Qual assunto desperta a curiosidade?
Bom, essas perguntas definitivamente, não são fáceis de responder.
Começamos bem, sábado ensolarado, colegas empolgados, blocos e maquinas nas mãos, rumo a nossa tarefa do dia: encontrar a 1º pauta para o “Enfoque Vila Brás”.
Desci do ônibus, respirei fundo e pensei: E agora... Por onde começar?
Sai pela rua e logo entrei em um dos mini-mercados. Perguntei à senhora que estava guardando os refrigerantes se ela sabia de alguma coisa q estava acontecendo por ali. Ela só respondia com o rosto que não. Fiz outras perguntas e ela continuava com a mesma resposta. Então, perguntei se por ali existia algum grupo de dança ou teatro? Ela me respondeu (bem empolgada), que sim, inclusive me mostrou onde morava a Graci, a professora, como ela disse. Pelo entusiasmo dela percebi que a população parecia gostar bastante do grupo.
Prontamente fui atrás da Graci. E, diga-se de passagem, foi uma bela “pernada”. Depois de bater em três casas erradas encontrei a casa de umas das meninas que participa do grupo de dança, a Leire. Ela disse que eu teria que ir até a igreja, onde a mãe de Graci estava. Quando já estava na esquina da rua vejo correndo para o meu lado o irmão de Leire, o violeiro Leonardo, dizendo que iria me acompanhar até lá. O menino, que além de prestativo é muito querido e comunicativo, foi comigo até a igreja falar com a mãe da moça, ela nos informou que Graci estava ensaiando no espaço da comunidade cedido pela igreja católica (na frente da escola), ou seja, caminhar mais algumas quadras até lá. Leonardo continuava me acompanhando e contando que ele também já “pauta” no semestre passado, pois era violeiro. Eu particularmente me encantei com o menino.
No caminho encontramos o Junior, outro integrante do grupo, que estava saindo do ensaio. Aproveitei para pegar um depoimento dele sobre o projeto e também pedir o telefone de Graci, pois se eu demorasse muito para chegar até lá outro colega poderia ter pegado esta pauta. Liguei para Graci e marquei de entrevista-la ente uma aula e outra. Sem dúvidas aquele telefonema me aliviou, minha primeira pauta para o Enfoque já estava encaminhada.