sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Vamos a La Brás Oh!Oh!Oh! Oh!Oh!

Simone Núñez Reis

Naquela manhã ensolarada e uma TPM do cão, saltei do edredon e dirigí até a Unisinos. A serotonina começava a percorrer meu cérebro após o primeiro gole de café. Mais animada, abrí um livreto de mantras pensando: “Vou para a Brás com um olhar ingênuo, capaz de me surpreender com um simples inseto.”


Na saída do ônibus, estudantes entrando apressadamente no ônibus sob o check-in do Mestre Veras parecendo um personagem dos quadrinhos do “Recruta Zero”.

_Enfant Simone, Acorda! Mais parecia uma Panda com aquele rímel esfumaçado nas olheiras. _Haja rebeldia!

Durante o trajeto, fluíram alguns livres pensamentos afinando corpo, mente e olhar.

Troquei algumas idéias com o Mestre Veras sobre fazer uma matéria cartográfica da comunidade brasuca, com direito a infográficos e tudo.

Ao chegar, o colorido das casas pareceu o porteño “La Boca”, foi ótima a impressão. Descí disposta a encontrar um terreiro de umbanda com foco de interesse sobre papel social e espaço da crença afro na comunidade.

Seguindo orientações dos moradores, caminhei umas dez quadras até encontra na Rua 6, o primeiro terreiro de portas fechadas, onde chamei várias vezes por “Pai Alex” mas ninguém atendeu.

Solicitei informações da vizinha, Sra Caren e seu esposo Sr Alexandre que se queixaram do barulho das músicas do terreiro.

O casal, indicou outro terreiro de umbanda da Mãe-Rosa, próximo dalí na Rua 14 Bis, número 808.

Recebida pela filha biológica de Mãe-Rosa no portão, fui convidada para entrar e assim que apertamos as mãos, a IaIorixá me leva até a cozinha para conversar antes da entrevista. Em certos instantes, senti perfume de rosas, mas não avistei roseira ou vaso de flores.

Carismática, a mãe-de-santo se mostrou atenta às indagações e quando questionada sobre as oferendas feitas com animais, explicou que o termo correto é “corte” ao invés de “sacrifício”.

Mãe-Rosa demonstra exercer liderança positiva na comunidade, ao amparar pessoas com depressão, AIDS e câncer. Ao buscar o fotógrafo, ela se ofereceu para ler o baralho cigano para mim. Daqui por diante é top secret, mas reconheço que ela revelou coisas interessantes sobre minha vida. Axé!

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