quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mudando o Enfoque

Vanessa Wagner

Pautas pipocam por todos os lados na Vila Brás. Mas o que sugerem os moradores aos repórteres do Enfoque? O que a comunidade deseja ver no periódico?

Buscar pauteiros dentro da Brás foi o desafio proposto à nossa equipe na terceira edição desenvolvida pela turma. Um exercício que resultou num jornal feito conforme as sugestões do leitor.

Diversos assuntos foram levantados pela reportagem, muitas reclamações quanto à prestação de serviços públicos - uma carência de muitos na Vila. No entanto, o apontamento de aspectos positivos na Brás revelou pautas que mereceram destaque. Foi bacana perceber que os moradores reconhecem suas potencialidades, e de sua comunidade.

Também neste último momento tivemos um maior retorno do nosso trabalho (elogios, críticas, sugestões e agradecimentos). Reafirmando a importância do Enfoque Vila Brás e da nossa produção como jornalistas. Bom trabalho de todos! Parabéns aos nossos pauteiros!

A Vida na Brás

Vanessa Lopes

Os Moradores da Vila desfrutam o final de semana de uma forma simples e tranqüila. Não vi nenhum tipo de violência lá. Os moradores abrem seus comércios e esbanjam simpatia. Gostam de um bom papo. Falam sorrindo e muito acessíveis já iniciam gostando sobre diversos assuntos. As crianças são,podemos dizer, “dadas”, eu caminhava com o fotografo pela rua para a realização da matéria, quando um menino de aproximadamente 7 anos nos chamou para tirarmos fotos dele encima de um caminhão. O garoto sorria e fazia poses para a foto. A mãe dele no observava da varanda de sua casa, e quando olhei para ela, ela me sorriu.

Gestos simples, sem maldade, pessoas carentes, pessoas que gostam de conversar não se importando com o que tu vai pensar delas. Hoje em dias as pessoas que possuem uma condição melhor de vida, não têm essa simplicidade de sorrir para “qualquer um”.Vivem estressadas e se achando importantes para sorrir ou ser gentil.

Mesmo não possuindo uma boa condição de vida, aquelas pessoas mostram a pureza e a simplicidade da vida que muitas pessoas de classe mais alta não enxergam mais.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lutando pelo ponto de vista

Cecília Medeiros

Quando comecei fazer esta disciplina tinha curiosidade de conhecer a famosa Vila Brás. Alguns olham para esta Vila com receio e a consideram perigosa. Bem, eu conheci este bairro neste semestre, fazendo a disciplina de Redação Experimental em Jornal, e o que observei foram pessoas simples, modestas, que lutam a cada dia para terem uma vida melhor. Nada de medo, mas sim pessoas que sorriem, choram se emocionam e desejam ver a Brás com mais qualidade de vida. Um bairro popular com qualquer outro.
Desfeito o mistério, procurar a terceira pauta não foi muito difícil, conversando com a doutora Lisiane Silva, especializada em Medicina de Saúde Comunitária, contou-me que a coordenação do posto de saúde da Vila Brás estava indignada com algumas matérias que vem sendo publicadas no Enfoque. Essas matérias não têm o contraponto do posto, apenas são citadas as reclamações dos moradores, mas o posto não foi ouvido.

Diante do relato da médica Lisiane, tentei mostrá-la que a intenção de nós estudantes de jornalismo é apresentar no nosso Jornal os assuntos pautados pelos moradores e que geralmente tentamos ouvir os dois lados envolvidos.

Disse a ela que falaria com os professores para tentar um direito de resposta o que creio que será dado na próxima edição do Enfoque.

Depois de muito conversarmos a convenci que me deixasse falar com a coordenadora do posto e pedir para acompanhar um atendimento da Equipe de Estratégia da Família, que iria visitar um morador da Brás que faz parte desta modalidade de atendimento domiciliar.

Pronto, fui liberada pela coordenadora Caren Muller para fazer o acompanhamento do atendimento domiciliar. Matéria que pode ser conferida nesta última edição de 2010/2.

Enfim, cada um tem um ponto de vista e quer defender o mesmo, mas nós futuros jornalistas temos a obrigação de tentarmos defender o ponto de vista do nosso leitor, dando a ele a informação o mais completa possível.

Só faltava a cerimônia

Gustavo Alencastro

Os problemas dificultavam a formalização da união de Rodrigo Brás Machado e Ariane Freitas de Almeida, porém em julho deste ano o casal decidiu oficializar a relação, afinal de contas, já são oitos anos de convívio. O noivo é bisneto, diga-se de passagem, do senhor João Bernardo Brás, que é reconhecido como a primeira pessoa a habitar a região, de acordo com Rodrigo o local existe a mais ou menos uns trinta e cinco anos.

Outro problema foi em relação ao lugar onde seria aconteceria a cerimônia – Ariane conta que como os dois não são batizados não foi possível fazer em uma igreja Católica, mas o problema foi resolvido.

A cerimônia será conduzida pelo Pastor Paulo Chagas, que é Evangélico, e a Associação de Moradores da Vila Brás será o palco para a tão sonhada cerimônia. A noiva declara que faz parte da equipe que administra o departamento esportivo da Associação e que ali só nesse ano já foram realizados no mínimo uns dez casamentos.

A decoração também foi feita inteiramente pela noiva, a ornamentação contava com detalhes em branco e vermelho nas paredes, pequenos vasos com flores dispostas sobre as mesas e um quadro estilizado onde estavam coladas fotos do casal e o retoque final eram os balões espalhados pelo salão. Rodrigo conta que a lista de convidados em sua maioria é composta por parentes e Ariane frisou que quanto aos amigos a lista encurtou, senão não daria para fazer a festa, pois é muita gente e mesmo assim são 120 pessoas convidadas. Rodrigo e Ariane casaram em 25/09/2010, às 19h30.

Encontro e despedidas

Sabrina Schonardie

Na primeira visita da turma a Vila Brás estava com tanto sono que perambulei por lá mais como sonâmbula do que repórter. E foi com os olhos de que ainda não esta bem acordada que tive minhas primeiras impressões do lugar. Um ambiente com casas simples, muitas lojinhas, brechós, mercadinhos, vários pontos comercias espalhados ao longo da avenida principal, muitos cachorros, crianças, bicicletas como sendo o principal meio de transporte. Um lugar com diversos problemas de infra-estrutura, como tantos outros, mas com pessoas que me pareceram felizes de estar morando ali.

Na segunda visita estava bem acordada, com isso pude prestar a atenção em muito mais detalhes e curiosidades. Como as fachadas e nome dos comércios da vila, além de muito coloridos alguns deles sempre apresentavam alguma inscrição religiosa nas suas paredes. Notei também, que a grafia de “Brás” variava em alguns locas aparecia com “z” em outros com “s”. Para tentar sanar minha curiosidade fui em busca da forma correta, mas mesmo depois de consultar os registro de fundação da associação dos moradores, de falar com a neta do fundador, perguntar aos moradores, e conversar com uma professora especialista em lingüística, não consegui solucionar este mistério.

Para a terceira, e ultima visita nos apresentada a idéia de que ouvíssemos mais os moradores, e fizéssemos nossas matérias na parceria deles. Para isso escolhi pedir a colaboração de algum jovem, que mesmo ainda estando no inicio de sua vida tivesse morado apenas na vila, que visse o lugar onde reside com olhos sem preconceitos e que sobretudo acreditasse que aquele é seu lar. Comecei então a parar vários adolescentes na rua com o pedido de que sugerissem o assunto para a matéria publicada no Enfoque, e que também me ajudassem na sua elaboração, vários recusaram, alguns por pressa outros por falta de idéias, mas todos muito gentis. Mas, lá pelos 30 do segundo tempo encontrei a Tâmara e a ketlyn que logo de cara se dispuseram a me ajudar.

Depois de muito refletir e de muitos assuntos sugeridos pelas meninas que já haviam sido publicados, elas resolveram falar sobre os vários telefones públicos que estavam quebrados ou mudos. Achei muito interessante o fato de duas garotas, uma com 12 e a outra com 13, que já nasceram na era da comunicação e estavam portando celulares, escolherem logo esse assunto para falar. Mas, como disseram as garotas existia muita gente ali, principalmente os mais velhos que não tinha aparelhos de telefonia moveu, nem residências que dependiam dos orelhões para fazerem ligações. E além do mais, conforme as meninas, tem uma hora que o cartão acaba.

Escolhido o assunto a Tâmara e a ketlyn me levaram para cruzar a Avenida Leopoldo Wasun de ponta a ponta para me mostraram a situação dos orelhões, conforme íamos caminhando elas iam pousando para foto, dando idéias para o texto, e entrevistando os morados, que sempre atendiam prontamente as meninas com muita simpatia. Ao final da matéria o que pude concluir foi que com telefones públicos, ou sem eles, o que os moradores da Brás fazem muito bem é se comunicar.

O retrato da Brás

Guilherme Möller

Mostrar o que a Brás quer ver. Esse foi o objetivo da nossa terceira visita à Vila, fazendo da última edição do jornal um retrato da comunidade. Ser pautado pelos moradores foi o desafio da manhã de sábado. Desafio maior foi escrever baseando-se nos problemas encontrados.

Escrevi sobre a Rua 24, um local que foi deixado de lado pela maioria. Porém, para os vizinhos do “lixão”, fica difícil a convivência com a situação. A manhã ensolarada nos proporcionou lições de cidadania e jornalismo.

A terceira edição do enfoque registra a visão da comunidade, escrita e vivida pelos alunos. Foi uma experiência importante para a formação no jornalismo. Trabalhar na Brás fez com que os estudantes retratassem uma rotina diferente daquela vivida por eles.A visita nos ensinou muito, além de ser um momento de reflexão para os futuros jornalistas. Todos que participaram saíram da Brás com um novo olhar sobre a vida e sobre o jornalismo. Acredito que os professores, alunos, moradores e envolvidos no enfoque ficaram satisfeitos, saindo da Vila com o sentimento de dever cumprido. Escrevemos o jornalismo que a Brás quer ler, e é importante que saibamos o que nossos leitores querem. Por isso a terceira visita mudou o minha maneira de enxergar à Vila e deve ter alterado a visão da comunidade sobre o Enfoque.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Recepções diferentes

Ângelo Hector

Na terceira visita que fiz à Vila Brás tive duas opções de pauta. A primeira, que desistir, era conversar com um pedreiro. Em frente a casa dele havia uma placa oferecendo serviços como construção de casas de alvenaria e instalação elétrica. Achei interessante, porque não havia visto nenhuma outra placa que oferecesse tais serviços. Fui atendido por uma senhora simpática e tranqüila, que informou que seu esposo estava reformando uma igreja ali perto. Agradeci e avisei que retornaria, embora fosse buscar outra pauta. Após 1h, aproximadamente, retornei ao local e, infelizmente, cheguei em má hora. Quando falei sobre a entrevista, percebi que meu entrevistado estava furioso por algum motivo. Mesmo assim, ele me atendeu pedindo desculpas, avisando que não era um bom momento para conversar. Agradeci e me afastei, seguindo em busca de outra pauta. Em seguida, avistei a placa da Tele-Dill Celulares e resolvi conversar com o proprietário. Me apresentei e fui extremamente bem atendido por Volnei Fagundes, que estava atrás do balcão. Em seguida, um senhor entrou na sala: era o proprietário, Dílson Alves Viana. Durante um bate papo descontraído, levantei as informações que utilizei na nota referente a loja.

Impressões do repórter

Rafael Soares Martins

Uma das principais características de um jornalista é a sua curiosidade. Na segunda saída de campo, à Vila Brás, eu queria manter a pauta do meio ambiente e encontrar algo interessante nesta categoria. Estamos numa era em que as cidades crescem sem parar e se defende a educação e conscientização ambiental, portanto, considerei oportuno abordar a prática do cultivo de árvores e plantas, observando-o a partir do trabalho do senhor Ângelo Corrêa Borges.

A flora está presente de diversas formas no nosso dia-a-dia, portanto necessita ser observada, percebida, entendida e estudada por diferentes ângulos. Que esta idéia possa se ramificar, gerar flores e frutos para o bem do planeta, das árvores, das futuras gerações e de todos os seres...

O importante é que em La Brás eu vivi!

Simone Núñez Reis

Para a psicanalista Melanie Klein, todos somos mediados por fantasias inconscientes originárias dos objetos internos (sonhos, desejos, lúdico) produzidos na infância, fase importantíssima durante a qual elaboramos nossa “Phantasis”.

Pautada pela ótica Kleiniana na terceira visita a “La Brás”, senti necessidade de realizar um projeto voltado para crianças e convidei a colega Ellen Matiello para organizarmos uma mini-oficina de desenho e pintura com alguns pimpolhos da comunidade.

Na mesma noite conversamos com Mestre Veras e Nikão que nos incentivaram, a partir daí compramos materiais (lápis, folhas, giz de cera, réguas e hidrocores) mas antes tentamos realizar parceria com a Livraria Cultural.

No sábado na Unisinos, contactamos com o colega fotógrafo Harrison, que aceitou nos acompanhar. Chegando na comunidade, o trio partiu disposto a concretizar a tarefa com os pequeninos.

O Harrison é publicitário, pós- graduado e professor de Cultura e Vídeo no Projovem e a Ellen Matiello trabalha na Agexcom e é editora do Enfoquinho.

Num primeiro momento, procuramos espaço na Associação de Moradores para contatar com as crianças que transitavam pela Avenida Leopoldo Wasun.

Acabamos indo parar na escola, onde havia uma mega comemoração onde fomos hiper bem recebidos pela Teresinha (psicopedagoga) e Gardênia (diretora) que nos cederam sala e mobiliário para a realizarmos a atividade.

Convidamos cinco crianças, que aceitaram participar e a diretora permitiu que publicássemos seus trabalhos, assim como fotografássemos as crianças desenhando e pintando.

Durante a tarefa, a escuta de relatos tristes e pesados vindos dos pequenos universos em nossa frente.

Me despedi sensibilizada, num misto de impotência e indignação ao saber que algumas das carinhas fofas, sofrem maus tratos e outras vicissitudes.

Não esquecerei dos ruídos das folhas brancas e do ziguezaguear dos gizes de cera que foram enchendo de tons os nossos olhares.

Naquele sábado entrei fúscia e saí grafite de La Brás” com a alma cantarolando: “Se chorei ou se sorri, o importante é que em La Brás eu vivi!”

O que se encontra no esconde-esconde?

André Ávila

O último sábado na Vila Brás começou lento. Alguns colegas – e eu me incluo nesse grupo – acreditavam que seria tranqüilo, último sábado do semestre em que temos que acordar cedo para uma aula e buscar uma boa pauta – e inédita – para o Enfoque’. Mas parecia que todos estavam amarrados, ainda dormindo. Já não posso falar pelos meus colegas, mas eu estava completamente lento e sem muita perspectiva de uma boa pauta. Com o colega Eduardo Herrmann caminhei muito até olhar para o relógio e concordarmos que faltava pouco para voltar ao ônibus, e ainda não tínhamos nada.

Fizemos uma última caminhada até o loteamento Padre Orestes. Admito que eu não tinha muitas esperanças de encontrar uma boa pauta jornalística. Para seguir este relato é necessário situar Herrmann na última caminhada. Nas outras duas edições do Enfoque, Eduardo desenhou o Enfoquinho, destinado ao público infantil da vila. Pinte aqui, encontre os 7 erros ali, etc. Enquanto eu pensava que não encontraríamos pauta nenhuma, Herrmann buscava elogios das crianças sobre os seus desenhos. Indiscriminadamente perguntava à crianças de 12, 10, 6 anos ou 6 meses se elas gostavam dos desenhos – e distribuía todos exemplares que tinha embaixo dos braços.

Pois bem, entrando no loteamento encontramos 6 jovens entre 10 e 14 anos. Como era de se imaginar, Herrmann já foi dizendo “vocês gostam de encontrar os 7 erros? Gostam deste desenho?”. Os adolescentes eram, além de simpáticos, muito rápidos nas piadas e respostas para as perguntas que fazíamos. Entre várias risadas Herrmann pergunta “E vocês? Do que brincam aqui na vila?”. Eu esperava ouvir que jogavam bola na rua, ou que andavam de bicicleta. Mas eles têm mais imaginação do que eu. “Brincamos de esconder aqui, nessas casas”. Imediatamente lembrei que eu brincava de esconder na garagem no meu prédio e minha única preocupação era estar bem alinhado atrás de um pneu, pra que meus tênis não denunciassem que eu estava em uma das poucas vagas do estacionamento.

Mais do que prontamente começaram a correr para mostrar como era a brincadeira. E, se não parecesse ridículo um cara de 25 anos brincar com eles, acho que meu colega Herrmann teria voltado pro ônibus sem me encontrar.

Vila Brás: a despedida

Manuela Teixeira

A última saída de campo para a Vila Brás veio com um desafio: ser pautado por um morador, que iria também acompanhar o repórter durante a apuração. Nas edições do Enfoque, descobrimos o olhar que a população tem sobre a Vila. Mas a Brás é cheia de crianças e foi a percepção infantil que eu busquei quando questionei Guilherme, de apenas 11 anos, com a pergunta: Qual o melhor e o pior da Brás?

Não posso dizer que tenha me surpreendido com a escolha dele (o pior ficou com a praça e o melhor com as aulas de dança de rua), mas, sem dúvida, seus argumentos mostraram a maturidade desse garoto tão novo. Ou seja, os acontecimentos do bairro não passam despercebidos pelo olhar infantil.

Nosso último dia de Brás teve também gosto de despedida. Foram três sábados. Três manhãs ensolaradas onde os repórteres do Enfoque tomaram conta da Vila para buscar histórias. Histórias de vida, de dramas e conquistas pessoais. Porque noticiar é também mostrar como vive uma localidade, como resolve seus problemas ou comemoram suas vitórias. E que jornalista não gosta de uma boa história? Por isso, nossas matérias eram recheadas de rostos, nomes e sobrenomes.

Não saberia dizer qual das visitas foi a melhor, pois cada uma representou uma experiência diferente. Apostei em temas que julguei terem noticiabilidade. E nunca estive sozinha. Minha parceira de caminhada pela Vila, a colega Tamires Gomes, se revelou uma ótima fotógrafa. Seria pretensioso chamar esta uma parceria de sucesso? Talvez seja, mas é assim mesmo que vou denominar nossa dupla, pois o resultado sempre foi satisfatório.
A manhã chegou rápido ao seu fim, como das outras vezes. Repórteres e fotógrafos reunidos, era hora de voltar à redação. Mais uma vez, e pela última nesse semestre, o ônibus saiu e deixou para trás a Brás. Com ela, ficaram ainda muitas histórias por contar. Histórias a espera dos próximos repórteres do Enfoque.

Uma centena de histórias

Stéfanie Telles

Este foi o título da minha terceira matéria para o Enfoque, onde procurei contar a história de vida de uma pequena senhora de incríveis 105 anos. Contudo, o título neste post se refere à Vila. Um lugar que revela a cada saída de campo, inúmeras, diversas... centenas de histórias.

Na primeira aula na disciplina, colegas questionaram se não haveria a possibilidade de mudarmos de lugar, porque talvez a Brás já não tivesse mais o que nos dizer. Depois de três idas à Vila, constato que esse é um grande engano. Sempre há uma história para ser contada, não apenas lá, mas em qualquer lugar. Tudo depende da nossa vontade, interesse, paciência e persistência. Não é o lugar que satura de acontecimentos, penso que somos nós que estamos cada vez mais desacostumados a ter contato com a realidade, cada vez mais desacostumados a enfrentar face a face pessoas desconhecidas sem termos prévias informações. Afinal, passamos a maior parte do dia imersos em nossas cadeiras em frente aos nossos computadores, pouco sabemos do que ocorre efetivamente às pessoas próximas, quem dera saber daquelas que nunca vimos.

Redação Experimental em Jornal, comandada pelos queridos e pacientes professores, Veras e Nicão, foi uma baita experiência. Aprendi muito como futura jornalista, mas aprendi muito também como ser humano. Sei que valeu a pena, e muito! Uma pena serem poucas as disciplinas no decorrer da graduação que oportunizem tamanho aprendizado.