sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Impressões de repórter

Cecília Medeiros

Minha segunda pauta da Vila Brás foi difícil de conseguir, mas depois de muito andar encontrei Meire, com a reclamação que na vila existem muitas crianças pedintes. Pronto estava ali minha pauta e logo minha matéria. Ela me contou que as mães colocam os filhos a pedirem alimento, dinheiro ou qualquer outra coisa.

Moradora da Brás há 12 anos e comerciante, contou-me que tem mulheres que colocam os filhos a pedirem nas casas e que ficam de longe observando. “É um desrespeito com as crianças deixarem ela nas ruas sem irem a escola”, declara. A comerciante contou que observa esta situação há mais de três anos e que tem receio em denunciar ao conselho tutelar. Em umas das ocasiões em que dou alimento há uma destas crianças, ela teve seu celular roubado.

Para Meire deveria haver mais policiamento nas ruas e fiscalização, com objetivos de identificarem estas famílias, para que possam ser encaminhadas a órgãos competentes de reabilitação de toda a família. “São crianças de cinco a 7 anos, em idade escolar a maioria”, conta.

Ao conversar com a conselheira Joselaine, do Conselho Tutelar Zona Norte soube que são mais de 50 denúncias na Brás de casos de crianças postas a pedirem pelos pais. Ela conta que o conselho tutelar não dá
conta de atender todos os casos. O conselho só pode atuar através de uma denúncia, mas mesmo assim há poucos conselheiros para tanta demanda.

“O trabalho do conselho tutelar não é dar limites aos filhos dos outros, mas a proteger a vida das crianças contra qualquer tipo de mau trato”, desabafa. Tem gente que acha que o conselho serve para ameaçar os menores e nossa função não é esta e sim protege a criança ou adolescente em risco, conta Joselaine.

Assim, depois de uma longa conversa com Meire e Joselaine estava pronta minha matéria. Missão cumprida e nosso próximo exemplar do Enfoque poderão conferir a matéria.

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