segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Encontro e despedidas

Sabrina Schonardie

Na primeira visita da turma a Vila Brás estava com tanto sono que perambulei por lá mais como sonâmbula do que repórter. E foi com os olhos de que ainda não esta bem acordada que tive minhas primeiras impressões do lugar. Um ambiente com casas simples, muitas lojinhas, brechós, mercadinhos, vários pontos comercias espalhados ao longo da avenida principal, muitos cachorros, crianças, bicicletas como sendo o principal meio de transporte. Um lugar com diversos problemas de infra-estrutura, como tantos outros, mas com pessoas que me pareceram felizes de estar morando ali.

Na segunda visita estava bem acordada, com isso pude prestar a atenção em muito mais detalhes e curiosidades. Como as fachadas e nome dos comércios da vila, além de muito coloridos alguns deles sempre apresentavam alguma inscrição religiosa nas suas paredes. Notei também, que a grafia de “Brás” variava em alguns locas aparecia com “z” em outros com “s”. Para tentar sanar minha curiosidade fui em busca da forma correta, mas mesmo depois de consultar os registro de fundação da associação dos moradores, de falar com a neta do fundador, perguntar aos moradores, e conversar com uma professora especialista em lingüística, não consegui solucionar este mistério.

Para a terceira, e ultima visita nos apresentada a idéia de que ouvíssemos mais os moradores, e fizéssemos nossas matérias na parceria deles. Para isso escolhi pedir a colaboração de algum jovem, que mesmo ainda estando no inicio de sua vida tivesse morado apenas na vila, que visse o lugar onde reside com olhos sem preconceitos e que sobretudo acreditasse que aquele é seu lar. Comecei então a parar vários adolescentes na rua com o pedido de que sugerissem o assunto para a matéria publicada no Enfoque, e que também me ajudassem na sua elaboração, vários recusaram, alguns por pressa outros por falta de idéias, mas todos muito gentis. Mas, lá pelos 30 do segundo tempo encontrei a Tâmara e a ketlyn que logo de cara se dispuseram a me ajudar.

Depois de muito refletir e de muitos assuntos sugeridos pelas meninas que já haviam sido publicados, elas resolveram falar sobre os vários telefones públicos que estavam quebrados ou mudos. Achei muito interessante o fato de duas garotas, uma com 12 e a outra com 13, que já nasceram na era da comunicação e estavam portando celulares, escolherem logo esse assunto para falar. Mas, como disseram as garotas existia muita gente ali, principalmente os mais velhos que não tinha aparelhos de telefonia moveu, nem residências que dependiam dos orelhões para fazerem ligações. E além do mais, conforme as meninas, tem uma hora que o cartão acaba.

Escolhido o assunto a Tâmara e a ketlyn me levaram para cruzar a Avenida Leopoldo Wasun de ponta a ponta para me mostraram a situação dos orelhões, conforme íamos caminhando elas iam pousando para foto, dando idéias para o texto, e entrevistando os morados, que sempre atendiam prontamente as meninas com muita simpatia. Ao final da matéria o que pude concluir foi que com telefones públicos, ou sem eles, o que os moradores da Brás fazem muito bem é se comunicar.

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