sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Vila Brás: a despedida

Manuela Teixeira

A última saída de campo para a Vila Brás veio com um desafio: ser pautado por um morador, que iria também acompanhar o repórter durante a apuração. Nas edições do Enfoque, descobrimos o olhar que a população tem sobre a Vila. Mas a Brás é cheia de crianças e foi a percepção infantil que eu busquei quando questionei Guilherme, de apenas 11 anos, com a pergunta: Qual o melhor e o pior da Brás?

Não posso dizer que tenha me surpreendido com a escolha dele (o pior ficou com a praça e o melhor com as aulas de dança de rua), mas, sem dúvida, seus argumentos mostraram a maturidade desse garoto tão novo. Ou seja, os acontecimentos do bairro não passam despercebidos pelo olhar infantil.

Nosso último dia de Brás teve também gosto de despedida. Foram três sábados. Três manhãs ensolaradas onde os repórteres do Enfoque tomaram conta da Vila para buscar histórias. Histórias de vida, de dramas e conquistas pessoais. Porque noticiar é também mostrar como vive uma localidade, como resolve seus problemas ou comemoram suas vitórias. E que jornalista não gosta de uma boa história? Por isso, nossas matérias eram recheadas de rostos, nomes e sobrenomes.

Não saberia dizer qual das visitas foi a melhor, pois cada uma representou uma experiência diferente. Apostei em temas que julguei terem noticiabilidade. E nunca estive sozinha. Minha parceira de caminhada pela Vila, a colega Tamires Gomes, se revelou uma ótima fotógrafa. Seria pretensioso chamar esta uma parceria de sucesso? Talvez seja, mas é assim mesmo que vou denominar nossa dupla, pois o resultado sempre foi satisfatório.
A manhã chegou rápido ao seu fim, como das outras vezes. Repórteres e fotógrafos reunidos, era hora de voltar à redação. Mais uma vez, e pela última nesse semestre, o ônibus saiu e deixou para trás a Brás. Com ela, ficaram ainda muitas histórias por contar. Histórias a espera dos próximos repórteres do Enfoque.

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